sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Cota da Albufeira começa a subir

O armazenamento da albufeira de Castelo do Bode tem vindo a aumentar nestes últimos dias. Deixámos de lado o período de descida da água, que caracteriza a época de Verão e o principio do Outono para voltar à subida das águas da albufeira. Para isto contribuiu a recentes chuvas no interior centro e norte do país, que aumentaram bastante os caudais de diversos afluentes do rio Zêzere.
O valor mínimo de cota da água na albufeira registado este ano foi de 111,71m, inferior aos 112,88m registados no ano passado. Também no ano passado a inversão do andamento das reservas da albufeira aconteceu no fim de Novembro, enquanto este ano aconteceu já em Dezembro.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Qual a sua opinião acerca da Barragem de Castelo do Bode?

Esta foi a sondagem que esteve a votação durante os últimos dias. Os resultados da sondagem foram os seguintes:

Dentro das afirmações mais votadas estão "É uma estrutura essencial na rede energética nacional" e "A albufeira que criou é indispensável". Esta votação expressiva nestas duas afirmações mostra que os leitores do blog reconhecem valor às duas principais funções da barragem de Castelo do Bode, a produção de energia eléctrica e a criação de uma albufeira para abastecimento de água e controle de cheias.
A afirmação "Gosto bastante de observar a barragem" foi a segunda mais votada, mostrando o gosto que a população em geral tem pelas grandes obras de engenharia. A dimensão da estrutura e o que ela é capaz de fazer, desperta nas pessoas uma curiosidade em conhecer em maior pormenor a barragem, não só pelo exterior mas também pelo interior, ao ponto de 9 dos 44 leitores que participaram nesta sondagem a considerarem um monumento nacional.
Com mais de 20% dos votos esteve também a afirmação "Criou desenvolvimento na região". A albufeira que a barragem criou tem trazido a esta região muitas pessoas, em busca de um bom destino turístico. Como consequência disso são visíveis nos mais de 50km de extensão da albufeira diversos empreendimentos turísticos o que faz com que na época quente do ano centenas de pessoas acorram à albufeira diariamente.
Todas as respostas que são de alguma forma negativas para a barragem de Castelo do Bode, obtiveram menos de 10% dos votos.

As fortes críticas que são feitas à construção das novas barragens incluídas no plano nacional de barragens, correspondem a algumas das afirmações que estavam à votação na sondagem realizada. Não retirando qualquer relevância às críticas que são feitas à construção das novas barragens, tanto por parte de entidades como por grupos de pessoas, os resultados da sondagem levam a crer que daqui a 50 anos a opinião pública irá convergir para a aceitação das obras realizadas, pelas razões que já foram acima descritas.
Apesar de não se conhecer críticas ou movimentos contra a construção da barragem de Castelo do Bode na sua construção, devido ao regime que vigorava na altura, hoje em dia a barragem tem uma grande aceitação no público em geral, o que faz dela uma das grandes obras de Engenharia Portuguesa do século XX.

domingo, 31 de outubro de 2010

Segredos Debaixo de Água

A descida do nível da água na albufeira de Castelo do Bode, durante os meses quentes do ano, provoca o aparecimento de muitas estruturas que estão submersas durante grande parte do tempo. Já foi aqui mostrado no blog alguns exemplos de estruturas submersas, como a antiga Ponte de Vale da Ursa ou a Fábrica de Ferro na Foz de Alge.


A pequena ponte que é mostrada na figura acima encontra-se na localidade de Vale do Serrão e servia antigamente uma estrada que passava sobre uma ribeira nesta localidade. A parte superior da ponte encontra-se aproximadamente à cota 114m e por isso durante a maior parte do ano, esta encontra-se submersa.

Os leitores que tenham fotos ou a localização de pequenas estruturas submersas, tal como a ponte da foto acima, poderão partilhar e enviar para o email do blog: castelodebode@gmail.com

sábado, 16 de outubro de 2010

Histórias do Camião Gigante

Na década de 40 e 50 do século passado, durante a construção de muitas Barragens Nacionais, foi necessário adquirir um camião que permitisse realizar o transporte de máquinas de grande porte para as Centrais, tal como são as turbinas. Tal como já foi referido aqui no blog, esse camião devido à sua grande dimensão para a época, foi palco de inúmeras historias um pouco por todos os lugares por onde passava.

Coloco aqui um documento com alguns relatos sobre o Camião Gigante, como por exemplo:

"(...) a primeira viagem daqui para o Castelo de Bode levou um mês!! (...) Um mês!! Um mês!! (...) era a primeira vez e havia que fazer reforços de muita coisa: de viadutos, não é, de… obras que atravessavam a estrada, não é. De maneira que isso levou… e tínhamos que levar sempre um… uma grua móvel … e tínhamos uns… uns estrados próprios para montar e para preservar essas coisas todas, era muito trabalhoso. E aquilo, quando andava a 100 quilómetros à hora já era
muito, não é. Portanto, era muito moroso. Mas depois, claro, nós fomos - a pouco e pouco - fomos reduzindo as coisas que tínhamos que… que proteger, porque fazíamos outros desvios (...) para evitar essas coisas."

terça-feira, 28 de setembro de 2010

O que pode ver no coroamento da Barragem de Castelo do Bode

Quando um visitante chega à barragem de Castelo do Bode, para além de contemplar a imponente estrutura ali implantada e poder andar sobre a barragem, ao longo da estrada que por ali passa, pode observar outras coisas que passam despercebidas à maioria dos visitantes.

Para quem vem pelo concelho de Abrantes, umas das primeiras coisa que poderá fazer é descer as escadas que estão colocadas no lado de jusante da barragem.


Agora com a colocação de um guarda-corpos, a segurança para quem passa por aqui foi aumentada, evitando assim acidentes. As escadas servem de acesso a um ponto referenciado que serve para medir deslocamentos relativos entre esse mesmo ponto e outros pontos colocados nas margens e na barragem. Através destas medições é possível saber os deslocamentos entre pontos na barragem, nas margens ou entre a barragem e as margens, garantindo assim uma monitorização da estrutura ao longo do tempo.


Neste ponto é possível ter uma perspectiva diferente sobre a barragem.

Continuando ao longo do passeio sobre a barragem, do lado de jusante, existem letras que estão marcadas na parede a vermelho. Estas letras representam a designação das juntas de betonagem da barragem, juntas esta que delimitaram as diferentes zonas de betonagem durante a construção da barragem e que conseguem acomodar pequenos deslocamentos da estrutura. Como consequência surgem as descontinuidades no asfalto da estrada que passa sobre a barragem.

O fim do arco da barragem é delimitado por dois maciços de betão que estão na imagem abaixo.


Nesta margem é possível ver um dos acessos à galeria do piso superior da barragem, que se estende por debaixo da estrada, entre as duas margens. Este acesso representa uma das extremidades da galeria.
Também nesta margem existe um placard informativo, colocado pelo Instituto da Água, onde é possível ver uma imagem esquemática da albufeira e um conjunto de restrições à utilização da mesma.



De regresso para o local inicial e seguindo pelo passeio de montante, encontram-se 5 zonas salientes do coroamento da barragem. Estas zonas correspondem às duas entradas de água para as descargas de fundo e as 3 entradas de água para as turbinas da barragem (correspondem às 3 saliências do meio). As entradas de água estão localizadas nestes alinhamentos a mais de 70 metros de profundidade.


Nesta zona da barragem também é possível ver uma régua, onde está representada a cota do nível da água e umas escadas que descem até a um patamar intermédio.



Estas saliências do coroamento da barragem possuem no seu interior meios de operação manual, das comportas de seccionamento das entradas de água para as turbinas, para em caso de emergência, avaria ou manutenção ser possível interromper a entrada de água para a tubagem que dá acesso às turbinas.


Um pouco mais à frente encontram-se mais duas saliências do corpo da barragem, mas desta vez com uma forma parabólica. Estas fazem a delimitação da entrada de água para o descarregador de superfície, que ao contrario das restantes entradas de água, encontra-se bastante próximo da superfície e possui uma área muito superior.


Por ultimo, nesta zona encontra-se mais um acesso para a galeria do piso superior da barragem, que possui ligação com o acesso mostrado anteriormente.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Cota da Albufeira durante o Verão

Devido à fraca precipitação nesta altura do ano, a água armazenada durante o período das chuvas, na albufeira, é utilizada para a produção de energia, tirando assim o maior rendimento do Complexo de Castelo do Bode. Como consequência a cota da albufeira desce durante toda a época de Verão.
Desde o início de Junho até ao dia de hoje a superfície da água na albufeira já desceu 3,82 metros, um valor que é bastante perceptível a olho nu para quem frequenta aquele espaço. As maiores descidas ocorreram durante os meses de Junho e Julho, quando a cota da albufeira se encontrava acima dos 116 metros e os níveis de armazenamento eram bons, chegando mesmo a atingir uma taxa de descida superior a 1 metro/semana. Durante os meses de Agosto e Setembro, a quantidade de água que passa pelas turbinas da Central Hidroeléctrica é menor e o ritmo de descida da albufeira abrandou, estando actualmente a cotar abaixo dos 115 metros.

Em baixo é possível ver um gráfico com as cotas da albufeira desde o início de Junho até ao dia de hoje.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

"Ele testemunhou como surgiu o nome "Castelo do Bode""

Este foi o título do artigo que foi publicado na edição do dia 5 de Agosto de 2010, do jornal "O Templário". Em seguida coloco o texto integral do artigo:

" "Eu assisti, eu estava lá, tinha 6, 7 anos". Conta entusiasmado Ernesto Antunes de 81 anos, residente na rua da Saboaria em Tomar. Ele é a única testemunha viva que presenciou o surgimento do nome "Castelo do Bode".
Com um brilhozinho nos olhos relata como o "baptismo" daquele lugar aconteceu na década de 30 do século XX.
Nessa altura, o pai de Ernesto Antunes explorava carros de praça, o equivalente aos actuais táxis. Os engenheiros encarregues dos primeiros estudos para a construção da barragem de Castelo do Bode tinham de se deslocar ao terreno para estudos do terreno e levantamento topográfico.
Para essas deslocações alugavam um "carro de praça" conduzido por Bernardo Antunes, pai de Ernesto, na altura um menino com 6, 7 anos que gostava de acompanhar as viagens. Sem as estradas que há hoje em dia, para se chegar à zona onde está a barragem, o carro tinha de seguir por estradas de terra batida em direcção a Rio de Moinhos (Abrantes), Montalvo, Martinchel e seguia-se dali a pé até ao rio Zêzere. Seguiam os trilhos que os pescadores faziam para chegar aos caneiros de apanha de peixe.
Ernesto diz que se lembra de tudo. Ia ele a transportar os rolos de papel (mapas), o seu pai como motorista, e dois engenheiros.
Ao descerem para o rio, um dos engenheiros comentava a beleza natural daquela zona, 100 metros abaixo do actual nível da água. Na encosta do lado de Tomar existiam enormes penedos cinzentos que pareciam formar um castelo. Enquanto constatavam esta morfologia fora do vulgar, por coincidência, um bode começa a berrar num dos penedos.
"Até parece um castelo, olha é o Castelo do Bode, e assim ficou", lembra-se Ernesto Antunes, a última testemunha viva da denominação.
A barragem foi inaugurada em Janeiro de 1951."

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

"Castelo do Bode esteve prestes a transbordar"

Este foi o título de um artigo publicado no Jornal Expresso no final do ano de 1989. O artigo refere que a água esteve a poucos centímetros de transpor o muro da barragem e como consequência foram feitas descargas na ordem dos 10000 metros cúbicos por segundo. A central elevatória da EPAL, situada a jusante da barragem ficou inundada, deixando de fornecer água à cidade de Lisboa. Apesar disso os habitantes de Lisboa não foram afectados devido às reservas existentes em reservatórios na capital.

Segundo um relato de uma pessoa que passou durante vários anos diariamente sobre a barragem de Castelo do Bode, a circulação sobre a barragem esteve interdita durante um dia, não sabendo a data exacta da ocorrência.

No dia 21 de Dezembro de 1989 a cota de água na barragem de Castelo do Bode poderá ter estado elevada, mas segundo os registos do Instituto da Água esteve sempre bastante abaixo do nível máximo da albufeira de 121,50 metros. Nesse dia o registo da cota do nível da água é de 119,83 metros, bastante inferior à cota da estrada sobre a barragem nos 123 metros.
O artigo do Expresso refere ainda que foram feitas descargas na barragem na ordem do 10000 metros cúbicos por segundo, mas a capacidade de descarga da barragem é de apenas 4500 metros cúbicos por segundo, tornando-se assim impossível atingir aquele valor. Segundo os dados do Instituto da Água, o valor médio de descarga daquele dia foi de 2115 metros cúbicos por segundo, o que significa que o descarregador de superfície esteve aberto com mais de 25% da sua capacidade.

Um dia complicado na barragem de Castelo do Bode mas não tanto como à primeira vista possa parecer.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Visita ao Aproveitamento Hidroeléctrico de Castelo do Bode - Ciência Viva

No âmbito da iniciativa Ciência Viva no Verão irão ser realizadas duas visitas ao Aproveitamento Hidroeléctrico de Castelo do Bode. As visitas irão ocorrer nos dias 20 de Agosto e 11 de Setembro. Para inscrições e mais informações poderá consultar o seguinte endereço: http://www.cienciaviva.pt/veraocv/engenharia/eng2010/index.asp?accao=showactiventidade&id_actividade=5&id_entidade=179

quinta-feira, 8 de julho de 2010

O que é isto?

Os visitantes mais atentos da barragem de Castelo do Bode já devem de ter reparado numa estrutura que se encontra na margem sul do Rio Zêzere, num dos extremos do Parque de Campismo anexo à barragem. Esta estrutura é visível da barragem de Castelo do Bode e estende-se desde o interior do Parque de Campismo até ao limite da água na albufeira.


A estrutura é constituída por dois pórticos que se encontram lado a lado, formados por arcos de suporte, constituídos por alvenaria de pedra e betão.



Após alguma pesquisa sem sucesso, venho pedir ajuda aos leitores do blog. Alguém que saiba qual a finalidade da construção desta estrutura ou qualquer outra informação relevante sobre ela, poderia comunicar por email, através do email do blog, ou através de comentário ao Post.

Aparentemente a estrutura é constituída por dois tipos de materiais, o que neste caso representa dois processos construtivos diferentes. Os dois processos de construção diferentes e os arcos estruturais, com uma utilização mais alargada em anos anteriores ao da construção da barragem, fazem pensar que esta estrutura poderá ser mais antiga do que a construção da barragem de Castelo do Bode.


A utilização do betão na estrutura poderá também indicar que esta serviu para a construção da barragem de Castelo do Bode. Devido ao tipo e forma da estrutura, a sua utilização poderá ter sido essencialmente de suporte de cargas verticais no transporte de material.
Essa utilização parece ser evidente na imagem abaixo, onde se mostra a estrutura logo após a finalização da construção da barragem.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Albufeira com Bons Níveis de Armazenamento

Apesar da pouca precipitação que se fez sentir no mês de Maio a albufeira de Castelo do Bode conseguiu manter um elevado nível de armazenamento. A cota média da albufeira durante o passado mês de Maio foi de 119,07m, um valor que apesar de não ser dos mais altos registados é o maior dos últimos 4 anos e está em linha com os valores médios registados no mês de Maio para anos com elevada precipitação.
Uma elevada quantidade de água na albufeira é bom para se conseguir realizar um bom aproveitamento da central durante os meses de Verão, onde habitualmente o caudal afluente à albufeira é bastante menor. Assim a Central Hidroeléctrica consegue produzir uma maior quantidade de energia através de uma maior margem de descida da altura de água.

Em baixo pode-se ver um gráfico com as médias da cota de água, durante o mês de Maio na albufeira de Castelo do Bode.

sábado, 29 de maio de 2010

Imprensa Antiga

O camião gigante que fez o transporte de diversos componentes para a Central de Castelo do Bode foi bastante abordado não só pela comunidade por onde este passava mas também pela imprensa nacional.



Estes dois excertos de jornais da época mostram a importância que foi dada a este transporte de grandes dimensões, sendo mesmo alvo de uma sátira pelo antigo jornal Os Ridículos.
O Diário de Notícias voltou a dar grande destaque à barragem de Castelo de Bode quando a sua central entrou em funcionamento e começou a fornecer electricidade ao país.


Fonte de Imagens: "Os Primeiros Grandes Aproveitamentos Hidroeléctricos Castelo do Bode e Venda Nova", EDP

sexta-feira, 21 de maio de 2010

O que gostaria de ver mais no blog?

Esta foi a sondagem que esteve presente na barra lateral do blog. Os resultados foram os seguintes:


O que os leitores participantes gostam mais de ver no blog, sobre a barragem de Castelo do Bode, são Fotografias e Dados Técnicos como comprovam as percentagens superiores a 20% de votos.
O blog irá continuar a fazer esforços para reunir mais informação sobre a barragem de Castelo do Bode de forma a satisfazer os interesses dos leitores.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

"Barragem do Castelo do Bode está como nova "

Coloco aqui um artigo publicado no Jornal O Mirante, no ano de 2004, sobre as obras a que a barragem de Castelo do Bode esteve sujeita desde o ano 2000 até ao ano de 2004. Através da sua leitura é possível saber algumas das renovações e alterações feitas assim como a sua finalidade.

" Cerca de 12 milhões de euros foi o montante gasto em obras para tornar a estação hidroeléctrica de Castelo do Bode capaz de responder a um novo ciclo de pelo menos 50 anos, ou seja tantos quantos a central tem.

A intervenção, iniciada em 2000, incidiu inicialmente na recuperação dos equipamentos da barragem para que a reparação dos grupos geradores fosse feita em condições de segurança. Uma obra executada por reputados especialistas e que tentou reduzir ao mínimo os impactos ambientais.

Uma das maiores dificuldades consistiu na realização de trabalhos debaixo de água. Para o efeito, foi contratado um grupo de mergulhadores franceses que, numa cápsula com uma atmosfera de 9 bares, conseguiu trabalhar durante 8 horas consecutivas, na margem sul.

“Viveram 11 dias dentro dessa cápsula. Para transportar o material necessário foram precisos oito camiões TIR”, recorda Queda Abrunheira, director da central de Castelo do Bode.

Resolvidos os problemas na margem sul, passou-se para o interior da central que, apesar das obras de renovação, nunca deixou de funcionar. “Fomos reparando um grupo por ano, durante oito meses”, esclarece José Freitas, vice-director da direcção de produção.

Apesar do planeamento houve situações difíceis de resolver, uma das quais o transporte para Espanha das válvulas de admissão, onde foram reparadas. São “monstros” de cerca de 130 toneladas, embora sejam desmontáveis em três partes. “Tivemos vários problemas para transportar essas peças de grandes dimensões”, explica José Freitas.

Ao fim de quatro anos, a central está como nova o que, no entender de José Franco, director de produção da EDP, “demonstra que a empresa não se senta à sombra da bananeira e procura a excelência”: “Podemos garantir mais 50 anos nas condições ideais de funcionamento”.

Se a nível de equipamentos a estação hidroeléctrica de Castelo do Bode tem uma longa vida pela frente, também a estrutura em betão está nas melhores condições de segurança. “Sob o ponto de vista da segurança seguimos os maiores padrões de vigilância internacionais. Temos 14 mil pontos de observação e controle de segurança”, afirmou José Freitas.

A muralha de betão assenta em rocha e toda a estrutura é móvel com oscilações diminutas provocadas pelas contracções e dilatações dos materiais e pela enorme massa de água com 115 metros de altura que suporta. Todas essas ligeiras alterações são medidas nos 14 mil pontos de observação colocados próximos das junções das placas de betão, nas paredes das estreitas galerias que perfuram a barragem.

“Somos pioneiros sob o ponto de vista da segurança, temos os maiores grupos seguradores internacionais e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil que tem acesso aos dados pode confirmar. Acredito mais que a lua caia sobre a terra do que haja uma rotura nas nossas barragens”, afirma José Freitas, acrescentando que a ocorrência de uma cheia é fácil de controlar, a nível da barragem.

A central de Castelo do Bode, que produz diariamente a 390 GWh de energia eléctrica, integra o Centro de Produção Tejo-Mondego que engloba os aproveitamentos hidroeléctricos das bacias hidrográficas do Tejo e Mondego. O último empreendimento a entrar em serviço foi o do Caldeirão, no rio Caldeirão, em 1994.

Estavam já em funcionamento os aproveitamentos de Castelo do Bode, Cabril e Bouçã, no rio Zêzere, do Fratel no rio Tejo, da Aguieira e Raiva no rio Mondego e de Pracana no rio Ocreza, afluente do rio Tejo. "

Fonte: http://www.omirante.pt/

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Castelo do Bode vs Malpasset

A construção da barragem de Malpasset no sul de França, mais especificamente no rio Reyran, foi iniciada em 1952 e terminada em 1954. A principal diferença entre a barragem de Castelo do Bode e a barragem de Malpasset é que esta ultima já não existe enquanto que Castelo do Bode continua a marcar a paisagem no vale do Zêzere.
A barragem de Malpasset ruiu na noite do dia 2 de Dezembro de 1959, após 5 anos de enchimento da albufeira. Quando a albufeira estava a chegar à sua cota máxima de água, forte chuvas fizeram subir o nível de água na albufeira muito rapidamente obrigando a barragem a abrir a sua descarga de fundo. Apesar dos 40m3/s descarregados, passadas algumas horas da abertura a barragem colapsou.

A barragem de Malpasset era uma barragem em abóboda com dupla curvatura, muito semelhante à barragem da Bouçã situada a montante da barragem de Castelo do Bode.
A barragem apresentava 60 metros de altura, cerca de metade da altura da barragem de Castelo do Bode. O seu coroamento apresentava menos 179 metros de comprimento que os 402 metros de Castelo do Bode e devido à diferença no tipo de barragem, Malpasset era bastante menos espessa que a barragem de Castelo do Bode. Para se ter ideia da diferença, a barragem de Castelo do Bode apresenta uma espessura no topo que é cerca de duas vezes a espessura da barragem de Malpasset na base e a espessura no topo nesta ultima era de apenas 1,5 metros. Na época a Barragem de Malpasset foi a grande barragem com menor espessura construída em toda a Europa.


A barragem de Malpasset apresentava um descarregador de cheias sobre a soleira, numa extensão de 30 metros, semelhante ao apresentado na barragem da Bouçã, mas bastante diferente do descarregador em orifício da barragem de Castelo do Bode.
A albufeira de Malpasset, que apenas servia para abastecimento de água, tinha uma capacidade cerca de 22 vezes inferior à albufeira de Castelo do Bode, o que era esperado devido à sua menor altura.

Apesar de ambas as barragens terem o mesmo projectista principal, a barragem de Castelo do Bode nunca teve problemas estruturais relevantes, enquanto que a barragem de Malpasset ruiu ao primeiro enchimento. Em baixo é possível ver uma imagem do antes e depois do desastre.


A ruptura da barragem provocou uma onda de cheia que apresentava 40 metros de altura logo após a barragem, diminuindo esta com a distância à barragem, apresentando uma altura de 3 metros na cidade de Fréjus, cerca de 10km a jusante. Esta onda provocou a morte a 423 pessoas, para além dos elevados prejuízos materiais como a queda de uma ponte de uma auto-estrada em construção, e a completa destruição de duas localidades próximas da barragem.


A rotura da barragem foi provocada pela instabilidade das fundações. Apesar do solo onde a barragem estava implantada ter capacidade para absorver todas as forças que a barragem transmitia, a falta de mais e melhores estudos geotécnicos impossibilitou a verificação da heterogeneidade do solo numa das margens do rio. Com o aumento das forças aplicadas sobre os encontros nas margens, devido à subida do nível da água, começou a formar-se uma fenda com uma espessura entre os 2,5 cm e os 5 cm, que levou a uma rotação e um levantamento da barragem, culminando com a sua rotura.



Fontes:
  • http://en.wikipedia.org/wiki/Malpasset_Dam
  • http://www.beyond.fr/sites/malpasset.html
  • http://matdl.org/failurecases/Dam%20Cases/malpasset_dam_failure.htm
  • http://www.ecolo.org/documents/documents_in_french/malpasset/malpasset.htm
  • http://en.structurae.de/structures/data/index.cfm?id=s0000335

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Subsistema de Castelo do Bode

O subsistema de Castelo do Bode é a parte inicial de uma longa rede de transporte de água desde a albufeira até às populações. Este é constituído pela albufeira de Castelo do Bode, pela torre de captação na albufeira, pelo túnel que irá ligar à estação elevatória e pelas condutas que ligam a estação elevatória à ETA da Asseiceira. Este subsistema termina na Estação Elevatória de Vila Franca de Xira.
A captação de água na albufeira já está planeada desde a década de 30 do século passado, sendo considerada na época uma origem essencial para um futuro reforço no abastecimento de água a Lisboa. Assim durante as obras da barragem, em 1949, foi construída a base da Torre de Tomada de Água, tornando-se mais fácil a construção total da torre depois do enchimento da albufeira. Como é possível ver na imagem abaixo, nos primeiros anos da exploração da barragem de Castelo do Bode não existia a Torre de Tomada de Água.


Só em 1987 entrou em funcionamento o subsistema de Castelo do Bode, abastecendo de água a cidade de Lisboa e mais tarde, em 1993 começou também a abastecer a zona envolvente à Estação de Tratamento da Asseiceira.

Imagem fornecida pela EPAL

Na imagem acima é possível ver a construção da base da torre de tomada de água, durante a construção da barragem.

Imagem fornecida pela EPAL

Na fotografia acima é possível ver a segunda fase de construção da Torre de Tomada de Água.

A Torre de Tomada de Água possui uma plataforma no seu topo, à cota 124 m. Existem 6 aberturas para a entrada de água em 3 níveis diferentes. Cada nível possui duas aberturas e os níveis encontram-se nas cotas 88,5 m, 95,4 m e 104,5 m.
A ligação entre a torre e o túnel que leva a água para a estação elevatória é feita à cota 50 m. A Torre de Tomada de água possui um diâmetro interior, na base, de 2,2 m e no topo de 7 m, estando dimensionada para um caudal de 11,5 m3/s.


O túnel de Castelo do Bode, que faz a ligação entre a Torre de Tomada de Água e a Estação Elevatória, tem um comprimento de 1080m, passando na margem Norte do rio Zêzere, afastado da barragem. O túnel tem o seu início na cota 50 m e termina à cota 41,59 m. Este é feito de betão armado com excepção dos últimos metros que são em aço.

Imagem retirada de http://www.sofomil.pt

A estação elevatória de Castelo do Bode está dividida em duas estações, sendo a primeira a estação principal constituída por 5 grupos de velocidade variável e 3 grupos de velocidade constante, com estes últimos a terem uma altura manométrica de 63,5 m e capacidade para 1,45m3/s cada. A segunda estação possui apenas dois grupos de velocidade variável.
As estações elevatórias têm como função levar a água até à Estação de Tratamento da Asseiceira.


As duas condutas que levam a água até à ETA da Asseiceira possuem um diâmetro interior de 1,8 m. Nos seus primeiros metros as condutas são de aço com 1cm de espessura passando depois a condutas de betão armado pré-esforçado. As condutas têm uma extensão aproximada de 8700 metros.
No ponto mais alto das condutas encontram-se duas grandes chaminés de equilíbrio que controlam as pressões no interior das condutas no caso de oscilações do volume de água transportado. Estas chaminés possuem um diâmetro interior de 11,75 m e uma altura de 27 m, sendo possível ver ambas na imagem anterior.
Ao longo do traçado existem 30 ventosas, 16 válvulas de descarga de fundo e uma válvula de seccionamento. Foi necessário realizar duas travessias aéreas no traçado, sobre a Ribeira do Zairinho e sobre o Rio Nabão.

No fim do troço encontra-se a Estação de Tratamento de Água da Asseiceira com a função de assegurar o tratamento de lamas e reciclagem de todo o efluente liquido. Esta estação é constituída por duas linhas independentes com capacidade para 5,75 m3/s e 2,875m3/s.
No fim de todo o processo de tratamento, a água tratada segue por 3 condutas gravíticas em que duas constituem o adutor de Vila Franca de Xira e a terceira abastece os municípios do Médio Tejo.

Imagem retirada de http://sandrafernandes.pbworks.com

Informação fornecida pela EPAL

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Qualidade da Água na Albufeira

Todos os anos milhares de pessoas deslocam-se, durante a época balnear, até à albufeira de Castelo do Bode. Este é um lugar onde se pode fazer pratica balnear condicionada aos locais destinados.
A maioria das pessoas que frequenta esta zona não tem conhecimento da qualidade da água que utilizam e dos perigos que podem correr estando a tomar banho em águas com má qualidade.

Os usos que se fazem das margens da albufeira têm uma grande influência na qualidade da água da mesma. Os terrenos agrícolas nas margens da albufeira poderão levar a que os fertilizantes usados nas terras atinjam a água da albufeira provocando a floração das águas e diminuição da sua transparência.
Outras fontes pontuais de poluição que existem na albufeira são as descargas directas e as fossas sépticas colectivas de alguns aglomerados urbanos. Estas fontes têm um grande impacto na poluição das águas e por isso todos estes emissores estão identificados, como se pode ver na imagem seguinte, onde se mostra as ETAR, as descargas directas e as fossas sépticas colectivas existentes na albufeira de Castelo do Bode.

Fonte: http://snirh.pt

Ao nível da qualidade da água na albufeira os valores dos parâmetros a considerar nesta avaliação têm registado alterações significativas em alguns anos. No ano de 2006, um dos piores anos em termos de qualidade da água na albufeira, os valores de coliformes totais não estavam dentro do intervalo admissível para a prática balnear. Esta contaminação anormal ocorreu por uma origem natural desconhecida e era mais intensa na zona da albufeira próxima da barragem.
Os casos mais graves de contaminação das águas estão localizados perto da barragem, na zona da Aldeia do Mato e na torre de captação de água da EPAL. Nesta zona a qualidade da água tem vindo a deteriorar-se colocando mais dificuldades ao processo de transformação da água da albufeira em água potável, por parte da EPAL.

Entre os anos de 1995 e 2008, a água da albufeira obteve uma classificação, quanto à qualidade para prática balnear, de "Boa" em oito vezes, "Razoável" em quatro vezes, "Má" uma vez e "Muito má" também uma vez. No panorama nacional, no ano de 2008, 35,5% das zonas analisadas obtiveram uma classificação de "Bom", 28% uma classificação de "Razoável" e 11,8% uma classificação de "Muito má". De realçar que não existiu nenhum "Excelente" no ano de 2008.
Em seguida mostra-se um gráfico com essas mesmas classificações para a albufeira de Castelo do Bode.

Fonte: http://snirh.pt

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Fotos Anteriores à Barragem

Estas são algumas fotografias do rio Zêzere, anterior à construção da barragem de Castelo do Bode, que foram usadas em calendários de 2008 da Câmara Municipal de Ferreira do Zêzere.


Uma fotografia que já aqui tinha sido mostrada da antiga Vila de Dornes



Fotografia de uma roda na localidade de Rio Fundeiro que actualmente se encontra submersa.